No último dia 29 de 2015 Sabor da História
visitou Londrina, no Norte Pioneiro para apreciar a Locomotiva Baldwin 840 -
modelo 460 (posição dos rodízios) restaurada e em exposição no Museu Histórico
da cidade desde de abril de 2014, uma senhora gigante de 105 anos (fabricação
1910). Apesar de fazer parte do acervo permanente do museu, a máquina rodou
durante 60 anos em trilhos paulistas (primeiro na Estrada de Ferro Dourados,
sendo a máquina nº 2 e em seguida na Companhia Paulista de Estrada de Ferro com
o nº 840), ficou exposta por mais 25 anos no Parque da Uva em Jundiaí - SP e
mais um bom tempo estacionada na oficina da companhia e no campus, até finalmente
ser restaurada e voltar a ter seu lugar de destaque. Hoje o destaque é ser
peça principal do acervo permanente do museu, mesmo nunca ter rodado em
trilhos paranaense é o símbolo do progresso do Norte Pioneiro ao lado da
cultura cafeeira, aliás um dos principais produtos transportados por volta de
1930 na região.
Segundo Hobsbawm (Eric John Ernest
Hobsbawm – 1961 – historiador britânico reconhecido como um importante nome da
intelectualidade do século XX), a introdução da locomotiva a vapor simboliza o
triunfo do homem pela tecnologia, pois superou distâncias. A tal ponto que na Revolução Industrial, a locomotiva tornou-se o grande
símbolo do desenvolvimento tecnológico e de superação da humanidade frente à
natureza.
A locomotiva e o tender de abastecimento completa
o cenário com os dois carros, um de primeira e segunda classe mais um carro
pagador, alinhados na plataforma de embarque e desembarque, próximos a
bilheteria e ao sino da estação. Cenário como esse é raro no Paraná, começando
pelo prédio do museu, onde já funcionou uma estação ferroviária, mais
locomotiva e carros restaurados (restauro cênico).
Na capital também é possível visitar um
acervo ferroviário com direito a locomotiva em uma antiga estação, hoje
funciona acoplado ao Shopping Estação.
Na visita aproveitamos também para
conhecer a locomotiva manobreira (locomotiva
mais curta, geralmente utilizada para o trabalho de conduzir material rodante, seja
interliga-los ou separa-los, na formação ou desfazer um trem ou comboio) La
Meuse 101 estacionada no Ponto de Atendimento Infantil. Desde de agosto de 2015
a máquina está em meio a uma polêmica, sua possível transferência para
Curitiba, conforme determinação do Iphan - Instituto Brasileiro do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional que autorizou a transferência da manobreira 101,
onde existe projeto para o uso em circuito turístico. Devido a manifestações
contrária a retirada da peça da cidade por pioneiros e lideranças a mudança foi
adiada e o que sabe que nada foi definido até o momento, apesar de fortes
indícios da transferência acontecer, mas em contrapartida será compensado a
retirada por outra máquina mais nova e em funcionamento.
Como na postagem anterior (clique para ver postagem anterior)
Sabor da História fica triste do fato de retirar um bem histórico da guarda de
uma cidade para outra, mas como Londrina também já foi beneficiada com uma
máquina que rodou em outro estado e principalmente que a manobreira está
sofrendo com o vandalismo e ação do tempo e para seu restauro leve muitos anos
ainda, talvez essas mudanças sejam uma alternativa de dar uma chance a história
continuar viva e que seu valor seja repassado para as novas gerações, mesmo que
por meio do turismo pago.
Locomotiva manobreira
Fonte: Londrina Documenta , Bonde News e Paiquere FM - Fotos Sabor da História
Fonte: Londrina Documenta , Bonde News e Paiquere FM - Fotos Sabor da História
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